Wiki Mundo das Sombras Fanon
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Por Thayssl Parte da continuidade de Bloodstream.

Nova York parecia estranhamente tranquila diante do luar noturno.

Após uma viagem por um Portal, algo que o estomago de Adalind parecia nunca se acostumar, ela havia corrido alguns bons metros até um prédio alto. Desejava escala-lo e visualizar a cidade de cima. Algumas pessoas atravessavam o cruzamento distraidamente, outras falavam ao telefone. Todos pareciam estar em seu próprio mundo mundano.

Ela vira à direita, entrando em um beco escuro e silencioso. Normalmente um ser humano comum teria medo de lugares assim. Mas Adalind estava longe do comum. Uma escada de incêndio parecia ser uma boa maneira de alcançar o topo mais rápido. Ela faz força contra o apoio da escada para checar se está em boas condições e então coloca o primeiro pé.

— O que você pretende fazer?

Max surge da escuridão. Adalind revira os olhos, claramente irritada por ter que explicar tudo, e responde.

— Estou subindo esta escada. Não é óbvio? — Max semicerra os olhos como se desejasse soltar um laser que arrancaria a cabeça de Adalind. Momentaneamente ela pensou em chamá-lo de ciclope, mas provavelmente ele só se irritaria mais. — Ok. Quero chegar ao topo do prédio. Gosto de ver a cidade de cima. Ajuda a me orientar antes de uma missão.

— Deveríamos começar a caminhar até o Jade Wolf. Nosso informante não irá nos esperar para sempre.

Adalind sorri de lado e sobe mais um degrau.

— Nosso “informante” é um velho conhecido meu. Ele sabe que sou cheia de superstições e que devo seguir cada passo antes de começar. Você não é obrigado a me seguir.

A garota continua a sua subida. Ela pensa ter ouvido Max resmungar algo como “Herondales idiotas”, porém apenas finge não ter notado e continua. Estava na metade da escada quando um dos apoios arrebentou e seu pé escapou.

— Adalind! — Ela sente mãos segurarem fortemente seu abdômen. De alguma maneira Max estava ali, logo atrás dela. Sua pele estava mais azulada e seus olhos arregalados. Adalind culpava a sua respiração descompassada ao susto de quase ter caído, mas algo dentro de si dizia que seu corpo tinha uma consciência impressionante dos dedos de Max pressionando sua cintura.

Involuntariamente ela toca sua mão.

— Estou bem, foi só um susto. Desta altura eu provavelmente teria conseguido cair de pé.

Max se afasta rapidamente de seu toque como se o mesmo pudesse lhe passar algo contagioso. Aquilo incomodou Adalind.

— Provavelmente é?

Resolveu ignorá-lo. Era difícil lidar com suas mudanças repentinas de humor. Max conseguia ser pior que Will neste aspecto.

Ao chegar ao topo Adalind acha a vista satisfatória. Ela conseguia ver uma boa parte do East River além de vários prédios com janelas acesas e carros em movimento, seus faróis piscando.

Era sempre um prazer ver a cidade de cima.

— Iremos naquela direção. É um bom atalho para se chegar mais rápido ao Jade Wolf. — Ela aponta para uma rua estreita a sua esquerda. Max, que estava ao seu lado, parece ponderar.

— Você não parece preocupada em ir a um bar de lobisomens.

— E não estou. Meus pais e meus tios tem uma grande amizade com a líder da matilha. Meu avô foi líder por um tempo. Conheço muitos lobisomens que frequentam o Jade Wolf.

— Imagino o quanto a Clave deve odiar nossa família. Ela está totalmente aliada aos submundanos.

Adalind sorri baixo e põe uma mexa de cabelo vermelho atrás da orelha.

— Atualmente a Clave não pode externar ódio aos seres do submundo. Os Novos Acordos não permitem. — Ela segura sua estela e desenha rapidamente uma runa em seu braço esquerdo. Max reconhece por ser uma runa de silêncio. — Além do mais nossa família salvou o mundo. Isto meio que os impede de até mesmo tocar em nós por algumas gerações.

— Você ainda não me disse o nome do lobisomem que estamos procurando e nem o que ele tem de especial.

— Primeiro vamos descer deste prédio. Depois prometo que lhe digo tudo que quiser saber.

Após descer dois degraus e avaliar bem a altura Adalind simplesmente se joga. O vento faz seus cabelos subirem juntamente de seu capuz. Ela flexiona os joelhos e se prepara para o impacto. Seus pés tocam o solo com suavidade e destreza como se estivesse pulando em uma cama elástica. Ela apoia as mãos e sorri vitoriosa. “Como eu já imaginava, cai de pé.”

Uma luz brilhante acende momentaneamente ao seu lado e então Max aparece com expressão de descrença.

— Você realmente pulou daquela altura. Poderia ter morrido.

— E você sabe se teletransportar. Deveria ter mencionado isto para mim.

— É uma técnica que criei algo com mini portais. Porém não está completa e por isso só consigo cobrir pequenas áreas, ou seja, não conseguiria me teletransportar para Paris, por exemplo. Para isto ainda são necessários portais.

Adalind não conseguia controlar seu fascínio. O poder de Max era impressionante.

— Agora me diga o que prometeu.

— O nome dele é Cody Hudson e ele faz parte da Praetor Lupus, ou seja, ele tem acesso a informações do submundo bastante uteis. Como por exemplo, a localização de alguns pontos de venda de drogas pesadas para submundanos.

— E o líder da Praetor Lupus permite que seus lobisomens deem informações sigilosas desta maneira?

— Não. Mas Cody é um grande amigo. Sempre me ajuda quando necessário. Agora vamos deixar de conversa e seguir em frente.

[...]

O Jade Wolf era aos olhos mundanos um restaurante chinês. Pelo menos era essa sua aparência. Ele ficava próximo às docas do East River, rodeado de contêineres. Apesar de ser extremamente visitado por lobisomens o local não era chamativo.

Adalind encontra Cody vizinho à entrada. Estava encostado ao lado da porta, os braços cruzados atrás da cabeça. Parecia levemente despreocupado enquanto observava o mar ao longe.

— Cody! — Exclama Adalind. O garoto vira o rosto em direção a ela e sorri.

— Adalind. Pensei que nunca mais me procuraria. — Ele a abraça rapidamente. Cody era bastante alto e musculoso, características que pareciam comuns a lobisomens, e por isto estar em seus braços era como ser esmagada.

— Estive ocupada estes dias com treinamentos e com habitual caçada aos demônios. — Enquanto falava ela nota que o olhar de Cody recaia sobre um ponto acima de seu ombro. — Ah esqueci-me de apresentá-los. Este é Max.

Cody se limita a anuir para Max que faz o mesmo.

— Não sabia que saia em missões sem seu irmão ao lado.

— Will está em processo de se tornar parabatai de George. Então esta imagem provavelmente se tornará mais comum. Eles estão em uma missão juntos.

— Nunca tinha visto este garoto. Ele não tem cheiro de anjo.

— É porque não sou um. — Os olhos de Max brilham ao encara-lo por cima. — Sou um feiticeiro.

— Entendo. — Cody sustenta seu olhar por alguns minutos e por fim torna a direcionar sua atenção a Adalind. — Você me disse por mensagem que precisa de uma informação sigilosa. Que tipo de informação é essa?

— Preciso que me diga a localização de um ponto de venda clandestina de drogas para submundanos.

Ele arqueie as sobrancelhas visivelmente surpreso.

— E porque você iria querer saber algo assim? Não vai me dizer que...

— Não! — Ela cutuca o braço de Cody. — Não é nada disso. Existe uma possibilidade de uma droga muito perigosa estar sendo comercializada e isto pode gerar a morte de quem a utilizar. Precisamos descobrir quem é o fornecedor destas drogas e acabar de vez com isto antes que a Clave se envolva e acabe matando inocentes.

— Se algo assim está acontecendo porque a Praetor não foi avisada?

— Foi algo que eu descobri junto de Will e George. Acabamos entrando em conflito com uns lobisomens no processo, porém se a Praetor e Maia Roberts não está sabendo disto são quase confirmadas nossas suspeitas.

Cody parecia pensativo. A garota sabia que se alguém descobrisse que ele estava lhe dando informações sigilosas ele seria expulso da Praetor e apesar de se preocupar com ele, ela zelava pelo bem de todos e isto só seria possível se suas missões tivessem êxito.

— Tudo bem te darei a localização. Tome cuidado para não ser vista Adalind. Sei que você é excepcionalmente poderosa, porém estas pessoas são muito perigosas. Você está em menor numero. Não arrume confusão. — Ele pega um pedaço de papel do bolso e anota rapidamente o endereço em questão. — Você não irá gostar do local.

Adalind lê o nome escrito no papel e faz careta.

— Espero que tenha algo suficientemente bom neste lugar caso contrário virei pessoalmente lhe dar um soco.

Cody gargalha em alto e bom som e bebe um gole de uma garrafa de coca-cola que estava no parapeito da janela ao seu lado.

— Não duvido disto ruivinha.

E ainda sorrindo adentra o Jade Wolf que estava caótico, com várias pessoas conversando animadamente e gritando umas com as outras. Adalind suspira.

— Vamos Max. Temos um esgoto a visitar.

E que esgoto desagradável.

Cody havia posto no papel o exato local onde eles poderiam entrar no esgoto sem serem notados. Quando se jogaram para o fedor e escuridão seus pés aterrissaram na água suja. Adalind fez um careta e tentou não pensar na quantidade de doenças que poderiam existir naquele local. Ela segura com a mão esquerda a pedra de luz enfeitiçada que rapidamente ilumina as paredes e os caminhos à frente. O esgoto tinha várias passagens de água diferentes e Adalind se pergunta se Cody esqueceu-se desse fato. Como ela saberia qual era a entrada correta?

Max estava logo ao seu lado. Ele parecia extremamente aborrecido e com um estalar de dedos, um tipo de bolha de cor neutra envolve seu nariz e boca. Adalind também percebe que a bolha se formava em seu rosto.

Rapidamente o ar muda. A garota passa a conseguir respirar melhor e seu raciocínio estratégico retorna. Ela suspira.

— Seus poderes tem realmente servido muito. Não sabia que já dominava tantos feitiços assim.

Max tenta transpassar indiferença, repousando a espada distraidamente na lateral do seu corpo.

— Eu leio muitos livros de feitiços e tenho aula com meu papa e com seus amigos feiticeiros. Se não fosse por Tessa e Catarina eu nunca teria sido capaz de desenvolver meu teletransporte, apesar de ainda ser incompleto. — Um rato passa correndo próximo ao seu pé. Ele não esboça reação, apenas continua andando.

— Não queria cortar sua alegria, mas onde está indo? Tem três passagens. Como saberemos qual é a correta?

Max para e olha para Adalind por alguns minutos.

— Você não disse que era um local frequentado por seres do submundo? Eu sou um ser do submundo. Consigo sentir magia. — O feiticeiro parecia confuso. — na verdade caçadores de sombras também possuem essa percepção. Concentre-se Adalind.

Adalind percebeu como havia se preocupado com algo tão bobo. Ela é uma caçadora de sombras. Consegue sentir a presença de magia demoníaca e ver através de glamour. Fechou os olhos e concentrou-se na camada fina que separava o Mundo das Sombras do mundo mundano. Imaginou-se rasgando esta camada, penetrando-a. E então sentiu. Um calor incomodo em sua nuca chamando sua atenção para a passagem da esquerda.

Ela começa a caminhar em direção à passagem sem se importar se Max lhe seguia.

— Adalind! Espere. Você tem certeza que quer entrar lá sem um plano? Sua runa não irá impedir submundanos de vê-la.

— Tem razão. O plano é o seguinte: Esconder-nos e ouvir o máximo possível.

— Odeio sua falta de planejamento.

— Algumas coisas são feitas melhor a base do improviso.

Ela sorri discretamente e avança pelo buraco mal cheiroso e coberto de lodo. A água era um pouco mais rasa naquele ponto e Adalind agradecia mentalmente por sempre usar botas durante missões. Infelizmente quase tudo que usava naquele momento iria para o lixo.

Ao entrarem na primeira curva percebem que tochas haviam sido postas nas paredes para iluminar o local, o que significava que estavam perto. Max nota que havia câmeras em pontos estratégicos uma vez ou outra.

— Adalind? Acho que vem vindo alguém. — Max sussurra exasperado. Adalind pragueja baixo e puxa Max pelo pulso para que possam avançar mais rápido. — O que está fazendo? Eles vão nos ver!

— Fale baixo! Esqueceu que tem câmeras nos vigiando? Estou procurando um local para nos esconder.

Quando finalmente chegam ao fim do corredor Adalind vê uma caçamba de lixo vazia. Ela se joga dentro e puxa Max consigo fechando-a.

O local era quente e apertado. Max era alto demais então Adalind precisou sentar entre suas pernas. O garoto respirava forte e tentava ao máximo se afastar dela, sem sucesso algum.

— Pare com isso! Não vê que não tem espaço?

— Você... Está sentada em cima de mim!

— Eu sei. Só fique quieto. — Adalind retira a estela do bolso da calça e desenha uma runa na parede lateral da caçamba. Imediatamente o local onde a runa havia sido desenhada expele fumaça até que uma imagem é vista. Dois homens parados de frente para a caçamba conversavam. Pela palidez de suas peles, eram vampiros.

— Eu realmente pensei ter visto alguém correndo.

— Se tinha alguém aqui provavelmente já foi pego por Jack. Não precisamos nos preocupar com isso.

O vampiro de jaqueta de couro repousa os braços ao redor do corpo.

— Ouvi o chefe ao telefone hoje. Ele parecia irritado com uma carga estranha que está chegando às docas.

— Uma carga estranha?

Adalind se inclina levemente para frente. “Será que estão falando sobre aquela doca?”

— Sim. Não consegui ouvir o que estava sendo descarregado, mas o chefe não estava feliz. Ele brigava com a pessoa que estava do outro lado da linha. Dizia que aquilo era confusão, que chamaria atenção da Praetor e dos caçadores de sombras.

O segundo vampiro claramente estremece ao ouvir o ultimo nome.

— Caçadores de sombras não costumam se envolver nesses assuntos.

— Não seja idiota, Hith. Desde que os novos Acordos foram assinados os nephilim estão cada vez mais ligados aos lideres de cada repartição do submundo. Mesmo que seja um problema pequeno, eles ficaram sabendo e virão prontos para a retaliação.

— Imagino que tipo de carga é essa.

O vampiro suspira, apesar de não precisar sequer respirar.

— Com certeza é algo bem mais forte do que apenas maconha. — O outro homem, Hith, franze o cenho. — Precisam de nós vigiando as outras entradas. Vamos.

Eles saem andando pelo beco escuro e somem de vista. Adalind desativa a runa e vira-se para Max, que parece ter perdido o controle de seu glamour. A pele está azul e os chifres aparecem levemente.

— Temos que dar um jeito de conversar com esse chefe. Ele sabe o que estava na carga que vimos os lobisomens despachar naquele dia.

Max concorda rapidamente.

— Este lugar parece muito... Protegido. Como conseguiremos chegar até o homem mais importante daqui?

Adalind medita sobre o assunto por alguns segundos e então sorri.

— Tenho uma ideia, mas talvez você não vá gostar.

— Diga logo.

— Finja que é um comprador e que está interessado na mercadoria deles. Use sua magia para me cobrir com uma capa e diga a eles que eu sou o pagamento.

— Adalind, isto é muito perigoso. Se eles puxarem sua capa e virem suas runas... Não teremos como escapar.

— Eles não farão isso. Sei que você conseguirá despistá-los.

Max não parecia convencido.

— Não temos outro plano, temos?

A garota nega.

— Tudo bem, venha mais para perto.

Adalind encosta seu corpo ainda mais no de Max. Desta vez ele não parecia irritado ou assustado. Seu olhar estava no dela e ele estava muito concentrado. Max põe a mão sobre seu dorso e sua palma brilha com um tom roxo. Automaticamente uma capa longa surge sobre Adalind escondendo-a. O capuz cobre metade de seu rosto e seus cabelos.

— Era exatamente isso que eu estava pensando. — A caçadora exclama abrindo a caçamba. Por estar de costas ela não percebe o quão ofegante o feiticeiro fica após tanta proximidade dela.

Max salta em sua frente e endireita a postura.

— Fique o tempo inteiro atrás de mim e não fale nada até que estejamos a sós com o tal “chefe”. Entendeu?

— Sim senhor. — Adalind finge bater continência. Max se vira e não consegue conter um sorrisinho de lado. Adalind realmente o tirava do sério.

Eles caminham juntos até um portão grande de ferro já desgastado pelo tempo. Dois homens armados param em suas frentes, irritados. Adalind nota, surpresa, que se trata de mundanos.

— Identifique-se rapaz.

Max retira seu glamour por alguns segundos. Pela expressão de surpresa dos homens eles haviam visto sua marca demoníaca.

— Fazia tempo que não via um feiticeiro por aqui. O que quer?

— Vim até aqui para comprar uma boa quantia de ervas para um ritual, mas para isso preciso falar com seu chefe.

— Quem é essa pessoa atrás de você?

Max sorri de lado.

— Meu pagamento. Seu chefe entenderá quando vi-la.

— Meu chefe não costuma receber visitas sem antes nos notificar que está esperando alguém.

— Eu não marquei horário. Estou aqui apenas porque preciso estar. Irão liberar minha passagem ou não?

O clima fica tenso no local. Por um instante Adalind teme que os homens ataquem e não permitam que passem. Porém o homem da direita aperta um botão que abre o portão com um rangido.

— Mario! Leve esse feiticeiro e seu brinquedinho até o chefe e garanta que ele não faça nenhuma gracinha.

Ao ouvir o nome do homem e ver que na verdade ele era um lobisomem Adalind se esforça para conter o riso. Ela se lembra dos tempos que jogava Mario Kart junto de Will contra seu tio Simon. Ele quase sempre acabava com os dois.

O tal Mario era gigantesco. Ficou o tempo todo ao lado de Max como se desejasse pressioná-lo. Max não parecia impressionado.

O local em que estavam não era muito diferente do resto do esgoto. Fedia menos e possuía algumas mesas de sinuca e um bar ao fundo. Homens bebiam, jogavam e gritavam uns com os outros e poucos notaram a presença de Max e Adalind. Uma mulher esbarra em Adalind e murmura um pedido de desculpa apressado. Seu capuz sai um pouco do lugar e ela rapidamente ajeita, temendo que eles vejam suas runas. Max a observa por cima do ombro e ela assente de leve.

Os três sobem um lance de escadas que rangia a cada passo que davam. O som de musica e conversas ia aos poucos se perdendo atrás deles, dando lugar ao completo silêncio. Mario os conduz até uma porta no fundo de um corredor estreito e lotado de infiltrações. Canos tremiam devido à pressão da água.

Ele bate duas vezes na porta e ela se abre.

— Pode entrar. Estarei do lado de fora esperando. Um movimento e nós acabaremos com você.

Max puxa Adalind para dentro da sala ignorando completamente as ameaças de Mario.

A sala era escura. Um sofá vermelho ficava no canto e as paredes tinham várias fotos de grandes rappers ao longo da geração. Uma mesa cheia de papéis ficava no centro da sala. Um homem alto e gordo os encarava, sem expressão.

— Então você é o feiticeiro que deseja falar comigo.

— Sim.

O homem caminha até eles e estende a mão para cumprimentar Max.

— Meu nome é Traves, mas todos me chamam de Buggie. — Max aperta levemente sua mão, sorrindo falsamente.

— Sou Michael Last.

— Vocês feiticeiros sempre escolhem sobrenomes esquisitos. — Buggie cruza os braços e crispa os lábios. — O que deseja?

— Preciso de um pacote grande de ervas para um feitiço de invocação.

— Sabe que essas coisas custam caro, não é? Só um Alto feiticeiro teria dinheiro suficiente para pagar algo assim e, até onde sei Magnus Bane não deixou de ser o Alto Feiticeiro do Brooklyn. O que tem para mim, Michael Last?

Max segura a mão de Adalind e a trás para frente. Apesar de fazer parte do plano ele parecia relutante em deixá-la cara a cara com aquele homem.

— Acho que isso será o suficiente.

Buggie sorri de lado, o olhar pura malícia. Ele avança até Adalind e puxa seu capuz revelando suas mexas ruivas e seu olhar dourado que no momento estava assustador. Buggie não tem tempo de reagir. Adalind já havia posto a ponta de sua espada na garganta do homem.

— Não grite. Um movimento e sua cabeça estará rolando no chão. — Ela sorri. — Gosta da sua cabeça não é?

Buggie assente, nervoso. Adalind percebe que sua capa sumiu e que agora suas runas eram completamente visíveis. Max já tinha destruído todas as câmeras e travado a porta.

— Responda todas as minhas perguntas e irei em paz.

— C-claro senhorita. O-o que deseja saber?

— O que foi descarregado nas docas do East River duas noites atrás?

Ele arregala os olhos, completamente surpreso. Seu corpo se mexe desconfortável abaixo de Adalind o que a faz pressionar mais sua lâmina contra seu pescoço. Sangue escorre do local.

— Responda.

— Drogas. Metafetamina alterada.

Adalind olha para Max rapidamente. Ele mantinha os braços erguidos e seus dedos brilhavam.

— Alterada de que maneira?

— Eles colocaram algo... Uma droga antiga e perigosa... Não conheço o fornecedor e avisei que seria perigoso trazer isto para cá. Não tenho nada haver com isso!

— Você realmente não sabe o nome do fornecedor?

— Não senhora! E-eu não mentiria para você.

— Espero que sim. Se descobrir que mentiu trarei toda a maldita Clave até aqui. — Buggie treme ao ouvir Adalind mencionar a Clave. — Entendeu?

— S-sim senhora.

— Adalind! Tem mais homens chegando. Eles estão pressionando a porta. Não conseguirei segurar por mais tempo.

— Mais que Edom! Onde consigo encontrar alguém que tenha essa nova droga?

— Soube que foram transferidas para Los Angeles e Paris. Não conheço os locais exatos.

— Muito bem. Mande seus homens se acalmarem e me diga uma saída deste inferno. Uma que ninguém poderá me incomodar.

Ele reluta. Adalind revira os olhos e corta um pedaço de sua mesa com a espada. É o suficiente para assustá-lo.

— Parem rapazes! Eu estou bem!

— Seja mais convincente.

— Estamos apenas negociando. Esperem.

O barulho na porta diminui. Max relaxa os braços e sussurra “Vamos embora”.

— Agora como saímos daqui, por favor.

— Tenho uma saída de emergência por trás do sofá. Ele dá no rio.

— É o suficiente. Vamos Max.

Max corre até ela e com um movimento de mãos retira o sofá do caminho. De fato existe uma saída na parede. Adalind corre até lá e dá uma ultima olhada para o homem.

— Foi um prazer fazer negócio com o senhor.

E então os dois se jogam pela passagem.

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